A UNICEF pediu, esta quarta-feira, aos governos e à comunidade internacional para ajudarem a regressar à escola os mais de 150 milhões de crianças que trabalham em vez de apreenderem, refere a agência Lusa.
Numa mensagem no âmbito do Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, que se assinala, esta quinta-feira, a UNICEF considera que a educação "é a chave para libertar dezenas de milhões de crianças do trabalho perigoso".
Segundo a UNICEF, os governos e a comunidade internacional podem ajudar nesse regresso à escola através de uma educação gratuita para todas as crianças, criação de programas educativos flexíveis e desenvolvimento de acções de formação amigas das crianças, facultadas por professores com formação e recursos adequados.
Maior parte das crianças trabalham em áreas rurais.
A UNICEF estima que existem 158 milhões de crianças menores de 15 anos vítimas de trabalho infantil em todo o mundo e que mais de 100 milhões, quase 70 por cento da população laboral infantil, trabalham na agricultura em áreas rurais onde o acesso à escola e ao material educativo é muito limitado.
Mesmo nas áreas urbanas, as crianças pobres e marginalizadas não podem beneficiar de um acesso alargado à educação, lamenta a organização, sublinhando que "o género é um factor crucial para determinar se uma criança pode agarrar a oportunidade que a educação proporciona".
Como exemplo, refere que na América Latina 90 por cento das crianças que realizam trabalho doméstico são raparigas e na África Subsariana, onde uma em cada três crianças trabalha e apenas 59 por cento das raparigas frequentam a escola primária.
Segundo a UNICEF, o número de crianças sem acesso à educação desceu de 115 milhões em 2002 para 93 milhões em 2005-2006.