Com a vida dos tempos actuais, as crianças praticam menos actividades físicas do que antigamente. Trocar a piscina pelos jogos das consolas, o futebol pela internet, a conversa em roda com os amigos pelo telemóvel são atitudes cada vez mais normais entre todos nós e também entre os mais pequenos. No entanto, está comprovado que o exercício, não apenas através de um desporto, mas de brincadeiras e jogos, promove a coordenação motora e o desenvolvimento intelectual.
Estudos mostram que o desporto e a prática de actividades físicas são duas coisas distintas: actividades como andar de bicicleta, correr, dançar, brincar à apanhada ou esconde-esconde, são diferentes de aulas de futebol, voleibol, basquete, ginástica, ou natação por exemplo.
Entre os benefícios desses exercícios, estão o reportório motor e a capacidade de se desenvolver como ser humano.
A criança quando joga com os colegas, aprende regras e transfere-as para o convívio social. Elas aprendem a respeitar os outros. Além disso, é importante receber os estímulos que as actividades físicas produzem no corpo e na mente, porque motivam a auto-estima e o poder de realização.
O período da infância pode ser dividido em duas fases: a chamada Primeira Infância pode ser classificada por crianças até aos 4 anos e a Segunda Infância dos 4 aos 10 anos. Nesses dois períodos as actividades indicadas por especialistas são diferentes:
- A partir dos 6 meses, o bebé já pode praticar na natação, brincar, fazer actividades acompanhadas por tutores. É recomendado pelos médicos que façam isso.
- Até aos 4 anos, a criança ainda não sabe interagir completamente, por isso o ideal é praticar qualquer desporto que exija mais a individualidade, como ballet, judo e natação.
- Num segundo momento, as actividades terão um carácter mais recreativo e o ideal é partir para jogos em equipas como futebol, voleibol, basquete ou rugby.
É importante não esquecer de separar duas a quatro horas por dia, três a quatro vezes por semana, para praticar exercícios físicos (incluindo hobbies e desportos), pois é a dose considerada adequada certa para se ter uma infância saudável.
Tudo o que é em excesso pode fazer mal à saúde, principalmente às crianças, que estão em fase de formação. Por isso, os pais devem evitar que os seus filhos exagerem na quantidade. Às vezes, demasiada expectativa sobre as crianças tem efeitos contrários e elas perdem o prazer de frequentar aulas de educação física, por exemplo. No entanto, quando as crianças dão sinal que gostam de um desporto, os pais devem estimular tendo cuidado com o nível de exigência que lhes imprimem.
A competição é vista por muita gente de uma forma negativa, no entanto, o problema não é a competição em si, mas sim como trabalhá-la na criança. A competição é um elemento fundamental para o jogo, tanto para desportos quanto para brincadeiras e actividades. Devemos apenas ponderar até que ponto a cobrança pela liderança é fundamental.
Quando a criança dá sinal de indisposição constante, ou seja, nunca quer brincar com os amigos, nem nadar na praia, correr e divertir-se, os pais devem procurar algum estímulo para incentivá-la a participar nos acontecimentos infantis, principalmente porque elas têm energia de sobra para isso. Por isso, o importante é não deixar acontecer períodos de grande inactividade.
Assim como dormir bem, ter uma alimentação saudável, um período para estudo, praticar um ou mais desportos..., estar disposto a fazer actividades físicas ao longo do dia é fundamental para o desenvolvimento sadio das crianças. É uma obrigação!
Possíveis implicações da falta de exercício físico na infância:
- Obesidade
- Sedentarismo
- Problemas no desenvolvimento afectivo-social
- Falta de auto-estima
- Stress
- Empobrecimento da criatividade
- Prejuízo na coordenação motora
Agora que as férias estão a chegar, há que aproveitar o sol e o ar livre para brincar, jogar, correr e dançar!