Um estudo divulgado esta quinta-feira, a propósito do dia Mundial da Visão, revela que apenas um terço dos portugueses protege os olhos das crianças, que estão três vezes mais expostas aos raios ultra-violeta do que os adultos, escreve a Lusa.
"Queremos promover a consciência dos perigos que há para os olhos das crianças, pois estas estão três vezes mais expostas aos raios UV do que os adultos e os seus olhos estão ainda em desenvolvimento", afirma Christel Caperan, uma das responsáveis pelo estudo.
"Oitenta por cento da exposição solar de um indivíduo ocorre durante os primeiros 18 anos de vida e os pais tendem a esquecer-se disso", lembra Christel Caperan.
O estudo, realizado na Alemanha, Itália, Espanha e Portugal, com base em pelo menos mil inquiridos com mais de 18 anos em cada país, revela que 22 por cento dos pais portugueses admitem não efectuar qualquer acção para proteger os olhos dos seus filhos e, no total, apenas 32 por cento dos pais portugueses inquiridos protegem directamente os olhos dos seus filhos.
Quanto à utilização de óculos de sol que protegem dos raios UV, apenas 28 por cento dos pais portugueses responderam afirmativamente, sendo que a média dos inquiridos no total dos países é de 41 por cento, atingindo 54 por cento na Alemanha.
Uma das situações mais preocupantes prende-se com as crianças com menos de cinco anos, já que apenas 24 por cento protegem os olhos dos raios UV (22 por cento utilizam óculos de sol, um por cento lentes claras e um por cento lentes que escurecem quando expostas aos raios UV, tais como lentes fotocromáticas).
"De alguma maneira, é negligência por parte dos pais portugueses, mas também nos outros países há ainda um longo caminho a percorrer", explica Christel Caperan.
Apenas nove por cento dos inquiridos indicam uma preocupação com os efeitos do sol na saúde visual, havendo significativas referências ao cancro da pele - 76 por cento - ou às queimaduras solares - 73 por cento.
No que se refere às formas mais utilizadas pelos pais para protecção contra os raios UV, a resposta mais comum foi a "colocação de um chapéu", medida "positiva, mas insuficiente", segundo a responsável.
"Devem também fazer exames regulares no oftalmologista e as lentes devem bloquear 100 por cento da radiação UVA/UVB. É necessário um cuidado especial com as crianças que vivem em zonas de muito sol, como Portugal, por estarem sujeitas a um risco maior de exposição a radiações ultravioletas", sublinha.
O estudo foi encomendado à empresa IPSOS Health por uma multinacional fabricante de lentes de contacto.