A agência da ONU para a Agricultura e Alimentação (FAO) apresentou esta terça-feira um manual para promover e ensinar bons hábitos alimentares, destinado a crianças entre os seis e os 12 anos, com o objectivo de prevenir problemas de saúde no futuro, escreve a Lusa.
"Ensinar às crianças os benefícios de uma alimentação saudável é uma das estratégias mais eficazes para vencer a má nutrição e as doenças relacionadas com a alimentação", afirmou, em conferência de imprensa, Teresa Buerkle, porta-voz da FAO em Genebra.
"Muitas pessoas não se apercebem de que não é apenas a quantidade da comida que as crianças ingerem que afecta o crescimento, a saúde e a capacidade de aprendizagem, mas também a qualidade da dieta", adiantou, em comunicado, Ezzeddine Boutrif, directora da FAO para a Nutrição e Protecção do Consumidor.
Os hábitos alimentares estão muito ligados aos valores culturais e sociais, segundo Teresa Buerkle.
Como futuros pais, as crianças que aprenderem a ter uma dieta equilibrada, evitando os riscos relacionados com a má alimentação, poderão transmitir este ensinamento aos seus filhos.
Desta forma, indicou Ezzeddine Boutrif, podem reduzir-se os custos derivados das doenças relacionadas com a alimentação nas gerações futuras, como a obesidade, a diabetes, a hipertensão ou doenças cardio-vasculares, doenças que têm recrudescido em todo o planeta.
Nesse sentido, Meter Glasauer, especialista da FAO em educação nutricional, explicou que ainda que "a fome e a má nutrição afectem cerca de 820 milhões de pessoas em todo o mundo, a globalização e o crescimento económico introduziram novos alimentos alterando os hábitos alimentares em muitos países".
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), duas em cada três pessoas com excesso de peso - cerca de 1.600 milhões de adultos em todo o mundo - ou obesas - cerca de 400 milhões - vivem nos países em vias de desenvolvimento.