Uma criança traz sempre uma série de alegrias e de despesas adicionais consigo, com grande impacto no seu orçamento familiar. Desde as despesas mais básicas, como a alimentação, vestuário e saúde, até às mais dispensáveis como roupas de marca, um bebé pode custar muito dinheiro.
De facto, as despesas com os filhos começam mesmo antes do nascimento: consultas médicas, ecografias, tratamentos de fertilidade (se necessários), cursos de preparação para o parto, entre outras necessidades podem ascender a vários milhares de euros.
Antes do nascimento
Se considerarmos que uma mãe realiza cerca de 11 consultas médicas e faz cerca de 5 ecografias durante os nove meses de gravidez, e que cada consulta custa cerca de €50 e cada ecografia cerca de €25, facilmente desembolsamos €675, só com cuidados médicos básicos. Um curso de preparação para o nascimento custa cerca de €200.
Mas estas despesas são as mais básicas. Se quiser ter o seu filho numa maternidade privada, o custo poderá rondar os €1500 e os €3000 dependendo do tipo de parto e da variedade e do nível dos serviços oferecidos. Actualmente, as clínicas privadas oferecem uma série de serviços complementares ao parto, como por exemplo, música ambiente, quarto privativo para o pai ou outros elementos do agregado familiar, serviço de refeições à escolha, além de poder escolher o médico e o pediatra.
Antes de a criança nascer, os pais têm de antecipar um conjunto de necessidades que acarretam mais custos: o quarto (que inclui no mínimo um berço, uma cómoda e um fraldário), assim como um carro de bebé, uma alcofa e uma cadeira de transporte automóvel. Além destas despesas, poderá contar também com biberões, roupa do berço e de vestir, brinquedos, chupetas e uma banheira para bebé. No mínimo, gastará €1500. Tenha especial atenção aos custos do carro de bebé, pois variam muito de marca para marca e em função da qualidade dos materiais.
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Uma outra decisão que os pais têm de tomar antes do nascimento é se pretendem preservar as células estaminais do bebé. Existem dois custos envolvidos nesta decisão: o kit de recolha, que deverá ser adquirido até um mês antes do parto e a recolha do sangue e do cordão umbilical durante o parto. O kit pode custar cerca de €150 e a recolha pode custar cerca de €1000. Portanto, aqui temos de ponderar: vale a pena este investimento ou é apenas uma moda, como afirmam alguns especialistas?
A análise deste investimento deve começar pelo benefício esperado com a preservação das células estaminais. Para que serve concretamente?
Comecemos pelas definições. As células estaminais são células indiferenciadas, não especializadas e com a capacidade de auto-renovação e diferenciação em diferentes tipos celulares. Podemos recolher células estaminais durante o parto ou de um adulto, sendo mais vantajoso obtê-las de um recém-nascido porque são mais resistentes e têm maior capacidade de proliferação do que se obtidas a partir de um adulto.
A recolha de células estaminais serve para combater doenças como leucemias, anemias e doenças hereditárias do sistema imunológico, entre outras.
Saber com rigor se vale ou não a pena fazer a preservação das células estaminais é sobretudo uma questão de fé. É assim uma vez que a evidência empírica sugere ainda uma aplicação muito limitada em número. Aliás, uma grande parte das aplicações médicas encontra-se ainda em estudo. Além disso, a preservação e armazenamento das células tem uma duração limitada a 20 anos. Portanto, esta despesa é dispensável a não ser que seja muito conservador.
Após o nascimento
A primeira despesa que ocorre a qualquer pai (ou mãe) quando se fala em bebés é as fraldas. Se considerarmos que uma criança consome 6 a 7 fraldas por dia durante os primeiros dois anos de vida, chegamos à conclusão que vai gastar um total de, digamos, 6.5 x 730 dias = 4745 fraldas! Para os novos pais, este número pode parecer assustador...
Ora, se cada fralda custar €0.26 (tendo em conta que uma embalagem de 60 unidades custa €15,98), o custo total com fraldas é de €1263,75. Impressionante, não?
Os custos com alimentação de um bebé podem variar entre os €200 e os €300 por mês, ... se for amamentado, não custará muito. Cada embalagem de leite em pó custa cerca de €15. Depois dos primeiros meses, começa a comer papas e sopas. Comprando os ingredientes (à base de legunes) também não gastará muito. A partir dos 3 anos de idade, uma criança gastará quase tanto como um adulto.
O vestuário: como o bebé está sempre em grande crescimento, precisará de substituir a sua roupa com muita frequência. Claro que existem lojas mais acessíveis que oferecem baby grows por €15. Tenha em conta que precisará de roupa que vai durar pouco tempo e que se vai sujar muito. Também vai precisar de comprar roupa interior. Quando o bebé começar a gatinhar, a sua roupinha vai desgastar-se mais nos joelhos. Até lá, os sapatos são dispensáveis.
Infantário: Os mais baratos, que não têm apoios sociais, custam cerca de €200 por mês. Mas se escolher um infantário com serviços com actividades de desporto, cultura e com instalações mais sofisticadas, podem custar cerca de €600 por mês.
Um estudo efectuado pela Liverpool Victoria Society do Reino Unido aponta para um custo de cerca de €250.000 para criar um filho até aos 21 anos de idade, considerando que vive numa cidade periférica. Por isso, não pense no dinheiro que vai gastar com o seu filho, pense nas alegrias que ele lhe vai dar e viva a sua vida!