Mais de mil pessoas já se inscreveram como associados da recém-criada Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas (APCD), disse hoje à agência Lusa Luís Monteiro, um dos fundadores.
O pai de Rita Slof Monteiro, desaparecida em Fevereiro de 2006 em Leça da Palmeira, Matosinhos, então com 18 anos, referiu que os mentores da criação da associação foram o padrinho e a mãe de Rui Pedro (http://www.ruipedro.net/), desaparecido em Lousada em 1998, com 11 anos.
Entre os sócios fundadores, contam-se também os pais de Rui Manuel Pereira, desaparecido em Famalicão em 1999, então com 14 anos.
A associação foi formalmente criada por escritura pública em 10 de Setembro, em Matosinhos, tendo este fim-de-semana inaugurado uma página na Internet (http://www.ap-cd.pt/), onde para já constam apenas os estatutos e a ficha de inscrição.
Luís Monteiro enalteceu o apoio que os fundadores têm recebido na instalação da associação, salientando que o principal objectivo nesta fase é o aumento do número de associados (que pagam 2,50 euros de quota mensal), para que a APCD ganhe autonomia financeira.
"Entretanto, já verificámos que em Portugal não há nenhuma instituição que diga quantas crianças e jovens desapareceram e quais os contactos dos familiares", lamentou.
Luís Monteiro criticou a "muita leviandade" com que as autoridades portuguesas habitualmente lidam com os casos de crianças desaparecidas, afirmando que os fundadores da associação pretendem "mudar as mentalidades no país" e sensibilizar para este "problema grave".