Ciência, tecnologia e espaço numa série de animação que tem na equipa um consultor da NASA. Tudo para levar as crianças a "explorar e, simplesmente, a divertirem-se com isso".
É uma série que quer estimular os pequenos espectadores para conteúdos sobre ciência, tecnologia e espaço. Miles do Futuro chega a Portugal este sábado no canal Disney Júnior.
Criada pelo norte-americano Sascha Paladino – o mesmo de Henry, O Monstro Feliz, Sid the Science Kid e Octonautas –, segue as aventuras da família Callisto a partir de uma estação espacial. Todos os dias os Callistos recebem instruções que os irão ajudar a cumprir uma missão. Esta pode variar entre a exploração de um novo planeta, a recolha de amostras de elementos extraterrestres ou a reparação de dispositivos tecnológicos.
Miles é o mais jovem aventureiro do grupo. Com a avestruz-robot MERC (sigla em inglês para Criatura Mecânica Emocionalmente Receptiva) viaja pelo espaço, encontra alienígenas e faz muitas descobertas. Loretta, a genial e protectora irmã mais velha de Miles, tem resposta para quase tudo o que acontece no Universo. É também uma brilhante programadora – algo que os produtores fizeram questão de destacar, de forma a que fosse uma figura inspiradora para o público feminino. Os pais de Miles e Loretta são Phoebe, a líder da nave que gere e orienta a família em cada missão, e Leo, piloto e incrível inventor que, com uma atitude descontraída, nunca hesita em experimentar coisas novas.
Os actores Olivia Munn, Cullen McCarthy, Fiona Bishop, Dee Bradley Baker e Tom Kenny dão voz às personagens principais.
Foram vários os consultores convidados para orientar e aconselhar os produtores e artistas na elaboração da série. Um deles foi o arquitecto espacial John Spencer, fundador e presidente da Sociedade de Turismo Espacial, em Los Angeles (EUA), e consultor da NASA. Em conversa telefónica com o PÚBLICO, Spencer sublinha que a importância da série assenta na "necessidade de mostrar histórias interessantes e estimulantes, apoiadas em importantes valores sociais" e incentivar as crianças a "explorar e, simplesmente, a divertirem-se com isso".
O arquitecto tem-se dedicado a conceber instalações para a agência norte-americana, assim como atracções de simulação e planos de turismo espacial. Um dos seus projectos de longa data (trabalha nele desde os anos 1990, mas ainda não arrecadou o investimento necessário para a concretização) é a nave Destiny, uma espécie de iate espacial (chama-lhe orbital super yatch) com capacidade para dez passageiros (mais tripulação) e destinada a levar luxuosamente turistas em viagem pela órbita da Terra.
A equipa de Miles do Futuro preocupou-se em criar uma visão positiva do que poderá vir a ser o futuro do turismo espacial, mas é bem possível que aborde novidades que surjam na indústria na próxima década. Spencer acredita que, dentro de três ou quatro anos, haverá um salto no desenvolvimento tecnológico, aliado às necessidades da indústria espacial e à investigação que hoje é financiada pelo turismo privado.
No final, espera que Miles e a sua família inspirem as novas gerações tanto quanto 2001: Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick, a saga Star Trek ou todo o programa Apollo (no seu caso) inspiraram as gerações pós-década de 1960. Cada vez mais, defende o arquitecto que trabalha para a agência espacial americana, "novos talentos emergem nas áreas da ciência, tecnologia, engenharia e matemática, e as mais distintas áreas confluem", dando origem a um vasto mundo de criatividade e novas possibilidades profissionais.