As crianças portuguesas fazem pouco uso da Internet, mas quando a ela recorrem expõem-se a algum risco, concluiu um relatório da Comissão Europeia.
O documento, que foi apresentado esta sexta-feira em Londres, reuniu mais de 25 mil entrevistas a jovens e respectivos pais por toda a Europa e mostra que Portugal está longe de ser um país em que a Internet seja uma ameaça para os mais novos.
No relatório fica claro que Portugal é um dos países da União Europeia em que as crianças menos recorrem à Internet, apesar de os conteúdos aos quais acedem envolverem algum risco.
Um dos riscos apontados é o acesso a imagens sexuais. Nessa matéria, no conjunto do 25 países analisados, Portugal aparece com 13 por cento das suas crianças e jovens com idades entre os nove e os 16 anos a terem visto este tipo de imagens em sites e 15 por cento a terem visto ou recebido imagens de sexo.
Este relatório distribui os 25 países europeus em três categorias: a de baixo uso e baixo risco, a de baixo uso e algum risco - na qual ficou Portugal, Espanha, Turquia e Irlanda - e elevado uso e elevado risco.
Neste último grupo ficaram incluídos os países nórdicos e da Europa de Leste, mas também eles com algumas diferenças. A exposição das crianças nórdicas a conteúdos sexuais é maior do que as do sul da Europa e em países maioritariamente católicos.
Entre as crianças que viram conteúdos sexuais, 40 por cento dos pais desconheciam esse facto e entre as que já tinham recebido imagens sexuais 52 por cento dos pais desconheciam. O desconhecimento é mais comum entre os pais de raparigas ou crianças mais novas.
Este estudo sobre crianças online é um projecto de investigação feito, no ano passado, no âmbito do Programa Internet Segura da Comissão Europeia.