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Novos televisores são perigosos para as crianças
14-01-2010
DN
  Mais leves e de fácil acesso, novos aparelhos vitimam crianças até três anos.

Os novos televisores são um perigo para as crianças mais novas se colocados em superfícies instáveis ou de fácil acesso pelos mais novos. Um estudo do Center for Injury Research and Policy (CIRP) do Nationwide Children's Hospital, no Ohio (EUA), reavaliou dados de uma centena de serviços de urgência hospitalar entre 1990 e 2007 e estimou que metade de 14 700 acidentes domésticos com móveis envolveram televisores, resultando em quase 300 mortes.

O número de crianças mortas ou feridas pela queda de televisores aumentou nos últimos anos, acompanhando a crescente venda dos novos televisores de plasma ou LCDs para a sala, enquanto os antigos e - em muitos casos - mais pesados ecrãs foram transferidos para o quarto das crianças.

O problema não parece afectar ainda Portugal. Tanto o Ministério da Saúde como a Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) não o colocam nas suas recomendações de segurança para os mais novos. Na secção de infância do Portal de Saúde, para "prevenir acidentes domésticos com crianças", nada é referido sobre este assunto. A recomendação deste portal para visitar o site da APSI também não ajuda. Sandra Nascimento, presidente deste organismo, explica que "não é fácil em Portugal estabelecer o número de casos deste tipo".

O mercado televisores atingiu os 112 mil milhões de dólares em 2009. De um total de 205 milhões de televisores vendidos, 140,5 milhões eram LCD. Os outros 31% foram ecrãs de plasma ou os antigos CRT, segundo dados da DisplaySearch. Este ano, o total de vendas deve aumentar para 218 milhões de unidades, dos quais 171 milhões devem ser LCDs.

O estudo do CIRP, publicado em Outubro na revista Clinical Pediatrics, diz que o número de acidentes domésticos, com queda de móveis envolvendo jovens, subiu de 18,8 por 100 mil pessoas (1990) para 25,7 (2004) e baixou para 22,9 há dois anos, segundo a AP.

Dados mais recentes, compilados pela Consumer Product Safety Commission norte-americana no ano passado, apontam 42,700 acidentes domésticos deste tipo entre 2000 e 2006, com 180 mortes, das quais 87 relacionadas com televisores. "O número aumentou de sete, em 2000, para 23 em 2006", diz a AP. Um outro trabalho do The Children's Hospital (no Colorado) fala em 18 crianças acidentadas entre 1992 e 2001 pela queda de televisores, "a maioria com menos de 4 anos". A queda de móveis "não é um pequeno problema" e "está a aumentar", sendo que "diariamente, 40 crianças são levadas aos serviços de urgência" hospitalar nos EUA, refere Gary Smith, director do CIRP e membro do grupo que elaborou o estudo.

93% das mortes registadas pelo CIRP foram pela queda de televisores e a grande maioria ocorreu com crianças de três ou menos anos. Alguns dos casos envolveram os novos televisores CRT, com peso desproporcionado e mais colocado à frente, onde se encontra o ecrã. Isto não ocorre com os ecrãs de plasma ou LCD mas estes são mais fáceis de puxar e tombar, se postos em superfícies de fácil acesso às crianças.


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