Resumem-se a 15 minutos no dia-a-dia dos mais novos, mas podem ter efeitos para toda a vida. Massagens dadas e recebidas por crianças compõem um novo programa internacional de combate à agressividade nas escolas que chega agora a Portugal.
Criado por uma sueca e uma franco-canadiana profissionais de massagens, mães e educadoras, o "Massage in Schools Program" (MISP) está a ser desenvolvido "com um sucesso enorme em todo o mundo" em escolas e outros locais que recebem crianças para estimular as capacidades de aprendizagem, facilitar os relacionamentos interpessoais e combater estigmas e o "bullying", comportamento de ameaça ou agressão psicológica ou verbal que ocorre sem motivação evidente.
Em todos os países, o projecto tem as mesmas características: destina-se a crianças dos quatro aos 12 anos, os resultados são avaliados e as massagens são incorporadas no quotidiano da sala de aula durante 10 ou 15 minutos e feitas por cima da roupa, apenas nas zonas da cabeça, costas, braços e pescoço.
A participação de adultos limita-se à exemplificação das técnicas, feita entre instrutores e professores, com uma descrição de movimentos como o "cabeleireiro", o "gato" ou o "tirar o gelado", eventualmente ligados numa pequena história.
"As crianças têm sempre de pedir autorização no início e agradecer no fim, sentem que controlam a situação. Isso ensina-as a respeitar-se e a ter atitudes de auto-estima em que percebem que são donas do seu corpo e sabem automaticamente diferenciar o toque negativo e o positivo", explica à Lusa Patrícia Mendes, uma das três instrutoras portuguesas.
O trio de amigas, terapeutas de "reiki" ou "shiatsu", teve formação em Londres em Abril e está agora a divulgar o MISP na Grande Lisboa.
Segundo Alexandra Retorta, o objectivo é arrancar em escolas privadas (onde há "menos burocracia") e centros de saúde já no início do próximo ano lectivo, partindo depois para ATL e "tudo o que envolva crianças".
O orçamento varia consoante o número de meninos e o programa definido.
Até agora, quem experimentou afirma que só há vantagens: "Acho que é bom e relaxante. Assim os meninos podem conhecer-se melhor de uma forma de harmonia", diz a Inês, de 10 anos, uma das crianças que participam nas demonstrações.