Efeitos negativos são ainda desconhecidos, mas hiperexcitabilidade é uma das possíveis consequências nas crianças, alerta especialista.
São muitos os pais que fazem do telemóvel um brinquedo para distrair ou entreter as crianças, apesar dos alertas dos especialistas. Nos adultos, os efeitos das rádio-frequências e dos campos electromagnéticos podem ser menores devido à resistência do crânio, mas nas crianças a sensibilidade é maior, pelo que as consequências podem ser proporcionais.
Luciana Couto, professora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, diz que "não há nada descrito em termos de literatura de revisão internacional que indique que o uso dos telemóveis cause tumores ou malformações cerebrais". Há, no entanto, recomendações para que os pais tenham em atenção o uso dos telemóveis pelas crianças, refere.
A Food and Drug Administration, agência norte-americana responsável pela regulação dos aparelhos que emitem radiações, tem divulgado conselhos aos fabricantes de telemóveis para terem em atenção o menor impacto possível da rádio frequência nos seres humanos, em especial nas crianças.
A também médica acrescenta que há recomendações para que os pais não habituem desde muito cedo as crianças a usarem os telemóveis, nem que seja por brincadeira".
Em termos de influências directas nos mais novos, Luciana Couto adianta que, apesar de não serem, ainda, conhecidos os efeitos das rádio-frequências, o telemóvel "pode agravar alguma circunstância, principalmente em termos de situações de hiperexcitabilidade nas crianças. Aí pode, realmente, ter influência, mas não há nenhuma situação em particular".
Os estudos ainda não conseguiram comprovar os efeitos negativos decorrentes do uso do telemóvel, mas a médica aconselha cuidados aos pais para que exerçam maior vigilância no seu uso pelas crianças. Cuidado e atenção são palavras que a médica Luciana Couto sublinhasublinha. As consequências podem vir a ser conhecidas a médio ou longo prazo.