Centro escolar, inaugurado ontem pelo secretáriode Estado da Educação, custou 1,4 milhões de euros.
Até os olhos sorriram, quando as crianças entraram na sala e viram computadores e um quadro electrónico cheio de cores. O Centro Escolar de Baião, com uma unidade especial para alunos autistas, foi inaugurado esta sexta-feira.
A cerimónia foi presidida pelo secretário de Estado da Educação, Valter Lemos. Foram muitos os que se acotovelaram para ver de perto o novo estabelecimento de ensino que, a partir de depois de amanhã, acolhe os alunos que estavam espalhados pelas velhas escolas primárias das freguesias de Campelo, Ovil e Loivos do Monte. O equipamento representa um investimento que atingiu os 1,4 milhões de euros.
Com um total de 12 salas e uma capacidade para acolher 288 alunos, o Centro Escolar, localizado em Campelo, paredes meias com a EB2,3 de Baião, tem uma área específica reservada ao acompanhamento de crianças que sofram de autismo.
Diogo, filho do presidente de Junta de Freguesia de S. Tomé de Covelas, é o primeiro aluno com lugar reservado no novo espaço. O pai, António Vieira, agradece a quem atendeu à sua preocupação. "Não é nada fácil ter um filho assim. Tenho dois, mas só um é autista. Porém, este dá-me trabalho por dois ou três", desabafou o autarca.
Os meninos autistas terão formação normal, ficando inseridos nas turmas regulares. No entanto, terão acompanhamento específico a cargo de técnicos especializados em áreas como a Psicologia. Neste caso, o acompanhamento é feito em espaço próprio: uma das salas é dividida por biombos que permitem, entre outras situações, o isolamento das crianças.
"Só com os centros escolares será possível garantir que os alunos de Baião disponham das mesmas oportunidades dos de Lisboa, do Porto ou de qualquer outro ponto do país", argumentou o presidente da Câmara Municipal, José Luís Carneiro.
"Este é dos melhores na Europa", sublinhou, por sua vez, o secretário de Estado. Valter Lemos considerou que as dificuldades que o Governo encontrou no reordenamento escolar são agora compensadas com o reconhecimento da população. "Não há ninguém que diga o contrário", acrescentou o governante.
Para a presidente da Associação de Pais de Ovil, Paula Freitas, "acabou a velha história dos alunos da vila e dos outros".