Lisboa, 13 Set (Lusa) - A UNICEF alertou na sexta-feira para a necessidade de mais esforços para salvar a vida das crianças, assinalando que no ano passado morreram cerca de 9,2 milhões antes de completarem cinco anos.
Apesar dos dados divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), este é o número mais baixo de sempre e confirma uma tendência decrescente da taxa de mortalidade infantil que se tem verificado nas últimas décadas.
A taxa de mortalidade infantil caiu cerca de 27 por cento, quando comparada com dados de 1990, recolhidos e divulgados pela UNICEF. De acordo com aquela agência, registaram-se no ano passado, em todo o mundo, uma média de 68 mortes por mil nascimentos, enquanto na década de 90 a relação era de 93 mortes por mil.
Ao todo, em 2007, morreram cerca de 9,2 milhões de crianças com menos de cinco anos e estima-se que um terço foi vítima de subnutrição. Perante este cenário, a directora executiva da UNICEF, Ann Veneman, alertou na sexta-feira para necessidade de desenvolver rapidamente programas que satisfaçam as necessidades nutricionais das crianças, jovens e mulheres.
Bangladesh, Bolívia, Laos e Nepal registam as mais "impressionantes evoluções", passando para metade a taxa de mortalidade em relação a 1990.
Nos países industrializados, existe uma média de apenas seis mortes para mil nascimentos. Já em países como Serra Leoa, 262 em mil crianças morrem antes de completar o quinto aniversário.
Quando comparados os números actuais com a década de 60, Ann Veneman lembra que a taxa de mortalidade caiu 60 por cento.
"Os últimos dados indicam uma melhoria em muitos serviços básicos de saúde, como o uso exclusivo da amamentação, a imunização do sarampo, os suplementos de Vitamina A, o uso de tratamentos para prevenir a malária e a prevenção e tratamento do HIV", recordou aquela responsável.
"Espera-se que estas intervenções tenham resultados numa ainda maior diminuição da taxa de mortalidade infantil nos próximos anos", acrescentou, lembrando, no entanto, que, apesar da evolução, ainda há muito para fazer.