Cada vez se vêem menos crianças nas cidades porque os espaços citadinos não são construídos a pensar nelas, afirma Elsa Rocha, pediatra no Hospital de Faro e membro da Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI), refere a Lusa.
Em vésperas do Dia Universal das Crianças, instituído pelas Nações Unidas em 1954, a médica afirma que "as cidades não são mesmo feitas a pensar nas crianças e por isso cada vez se vêem menos".
Os espaços permitidos a crianças são diminutos, porque tudo é considerado perigoso, sublinha.
Apesar da protecção e existência de ambientes seguros para viver e brincar serem direitos fundamentais da criança, os jardins-de-infância, as escolas ou parques infantis rodeados de grades são o que resta dentro das cidades para os mais novos brincarem, alerta.
Este ano já morreram oito crianças afogadas e 11 atropeladas, e pelo menos 11 caíram de edifícios, pelo que o Governo tem de tomar medidas urgentes, alerta a APSI.
A Associação para a Promoção da Segurança Infantil vai, por isso, pedir terça-feira ao Governo a adopção de medidas para reduzir a mortalidade infantil e as incapacidades provocadas por acidentes às crianças.
Segundo a APSI, 75 por cento dos acidentes [com crianças] podem ser evitados.