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O optimismo na educação dos nossos filhos…(II) - O inquérito apreciativo e o discurso optimista
Julho, 2007
Maria José Ribeiro (Psicóloga U.P.)
O Abrigo - Centro de Solidariedade

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Este foi um dos conteúdos abordados na acção de sensibilização "O optimismo na educação dos nossos filhos…": a importância de usarmos uma linguagem positiva na relação educativa com as nossas crianças.

A linguagem que usamos espelha a forma como vemos e sentimos a realidade: assim, se usarmos uma linguagem positiva para falar/perguntar sobre a família, a escola, o trabalho, as pessoas, obteremos uma imagem também ela mais positiva de todos esses aspectos da vida.

Senão, vejamos: se fizermos perguntas sobre coisas boas, com maior probabilidade iremos receber respostas relativas a coisas boas! Mas se no nosso discurso procuramos problemas, encontrá-los-emos de certeza!
Por exemplo, porque é que tantas vezes nos dirigimos à criança, depois de mais um dia de escola, com um inquérito do género:
- "Então, essa Matemática, continua a ser um problema?"
ou
- "O João voltou a bater-te?".
Outra abordagem possível passaria por colocar questões como:
- "Então, tiveste muitas aventuras na escola?"
ou
- "Que coisas novas aprendeste hoje?".

Se pensarmos um pouco, percebemos que a primeira abordagem leva a que a criança se centre naquilo que, possivelmente, não correu assim tão bem no seu dia de escola.
A segunda forma de questionar, por outro lado, abre-lhe os horizontes para tudo aquilo que na escola é prazer, aliás, tem subjacente a noção de que aprender pode ser uma actividade agradável. No entanto, este tipo de questionamento não "fecha a porta" para a expressão de sentimentos negativos que a criança eventualmente sinta necessidade de fazer: se a nossa relação com ela for suficientemente próxima e genuína, podemos estar certos que mesmo colocando questões positivas/apreciativas a criança terá a abertura necessária para relatar ou comentar situações menos boas que possam ter ocorrido naquele dia.

De igual modo, as palavras que dizemos uns aos outros e a forma como as dizemos, deixam transparecer a nossa postura interior de pessimismo ou optimismo.
Assim, porque é que as pessoas tendencialmente pessimistas mais facilmente verbalizam algo como "Está bem." ou "Não me parece mal." perante uma situação que merece a sua aprovação?
Por outro lado, a pessoa optimista, na mesma situação, irá possivelmente recorrer a expressões ou palavras mais entusiasmadas e intensas, tais como "Espectacular!" ou "Parece-me óptimo!".
Com efeito, existem formas de falar que transmitem força e energia, enquanto que outras nos deixam pesarosos e sem ânimo…

Trata-se, de facto, de uma verdadeira revolução interior, esta tentativa de crescermos numa atitude de optimismo! Começa por nós, adultos, e transmite-se aos menores que educamos, assegurando-lhes um sentido de auto-estima mais valorizado e uma maior capacidade para lidar com as dificuldades e frustrações que certamente irão encontrar ao longo da vida.

Maria José Ribeiro (Psicóloga U.P.) exerce funções na área de intervenção comunitária no O Abrigo - Centro de Solidariedade Social de S. João de Ver (Santa Maria da Feira)

Referências:

- Marujo, H. A., Neto, L. M., & Perloiro, M. F. (1999). Educar para o Optimismo. Lisboa: Editorial Presença.

- Ribeiro, M. J. (2003). Ser Família: construção, implementação e avaliação de um programa de Educação Parental. Braga: Universidade de Minho (Dissertação de Mestrado em Psicologia Escolar apresentada ao Instituto de Educação e Psicologia).
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